Tributo aos Orixás encerra Semana da Consciência Negra em Poços
O encontro fez parte da programação da Semana da Consciência Negra e teve como objetivo celebrar a cultura e as religiões afro-brasileiras
Foi realizado neste domingo (19), o primeiro Tributo aos Orixás em Poços de Caldas. O evento aconteceu na Praça do Museu Histórico e Geográfico e contou com representantes de terreiros de candomblé e umbanda locais e também das cidades de Alfenas, Andradas e Machado.
O encontro fez parte da programação da Semana da Consciência Negra e teve como objetivo celebrar a cultura e as religiões afro-brasileiras, trazidas ao Brasil pelos escravos, e exaltar através da música e da dança os orixás, entidades pertencentes às duas religiões.
O secretário de Cultura, Hudson Vilas Boas, que esteve presente ao evento, falou da importância de manifestações como o tributo, porque Poços é uma cidade com grandes diversidades, seja culturais ou religiosas, porém, ainda há muito preconceito e intolerância em relação ao candomblé e a umbanda. De acordo com ele, por isso, é necessário viabilizar eventos e ações, para que todos tenham o direito de se expressar, seja por meio de debates ou atividades em espaços públicos, para que haja troca de experiências e informações e, dessa forma, quebrar estereótipos ainda existentes.
A organizadora do tributo, Ana Maria de Paula, afirma que o evento é de grande importância para todos que praticam essas religiões, pois ainda nos dias de hoje as pessoas têm preconceito e acabam, por falta de conhecimento, fazendo julgamento equivocado. “Ações como essa confraternização que estamos realizando, visam quebrar a barreira da intolerância, criando um ambiente onde todos são aceitos, independente da religião”, comentou.
Paula informa que a ação foi pensada de forma conjunta pelos terreiros e para o evento foi preparado uma apresentação onde os participantes, não adeptos a religião, pudessem conhecer alguns dos orixás e suas representações, como: Exu, orixá guardião dos templos, das casas, mensageiro divino dos oráculos. Ogum, orixá do ferro, guerra, agricultura, fogo, tecnologia, e da sobrevivência. Xangô, protetor da justiça. Iemanjá, orixá feminino dos mares e limpeza, mãe de muitos orixás. Dona da fertilidade feminina. É também chamada de Rainha das Águas e dos Mares. Foram entoadas também cantos, no dialeto usado nos ritos.
O evento contou ainda com a presença do coordenador do Museu, Yuri Almeida Gonçalves; Dona Orlanda mãe de santo na Umbanda e grande representante da cultura na cidade, e Pai Jorge, entre outros representantes da Umbanda e do Candomblé, na região.
