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Arteiros do CEU comemoram primeira exposição
A artesã Jéssica é voluntária e ensina técnicas de artesanato aos frequentadores do CEU
O grupo de artesãos do Centro de Artes e Esportes Unificado (CEU), intitulado ‘Arteiros do CEU’, está comemorando a conquista de um espaço na III Feira de Arte Mineira, que acontece de 2 a 7 de setembro, na Urca. “Com apenas quatro meses de encontros e aulas, o grupo já conseguiu um espaço para expor e comercializar seu trabalho”, comemora a instrutora de trabalhos manuais, Jéssica Rhayane, acompanhada por Angela Maria Nogueira, responsável pelo projeto de capacitação de artesãos da Secretaria Municipal de Cultura.
O grupo é formado por doze pessoas, entre mulheres , adolescentes e crianças. Eles se encontram todas as terças, de 12:30h às 14h, no CEU, que fica localizado no Jardim Itamaraty 5. As aulas tiveram início em abril, graças à dedicação da artesã Jéssica Rhayanne, que ministra aulas como voluntária. “Acredito que cada um tem um dom, que está adormecido até que chegue alguém e desperte esse dom. Eu gosto muito de aprender novas técnicas e gosto também de ensinar, tudo que aprendo eu passo pra frente, não guardo só pra mim”, declara a artesã, que há 10 anos expõe no Véu das Noivas e se aproximou da Secretaria de Cultura após convite para participar de uma capacitação dirigida aos artesãos do municipio.
“Desde então, surgiu esta parceria, a Ângela me convidou e aceitei passar meus conhecimentos para os frequentadores do CEU”, diz Jéssica, originalmente Edson José Ivo. Hoje, Jéssica faz parte da Câmara Setorial de Artesanato, representando o setor no Conselho Municipal de Cultura. Sua luta segue mais além: está mobilizando os artesãos para a criação de uma associação municipal. “Minha vida é assim, cheia de desafios e também de muito trabalho e alegria!”
Desafios que fazem parte do dia a dia, no CEU, pois junto com as artesãs, luta para conseguir matéria-prima para os trabalhos. “Cada um traz o que tem de casa, seja um novelo de lã, um tubo de cola, retalhos de tecidos, papel para confeccionarmos caixas e assim, a cada dia, transformamos tudo isso na mágica do artesanato”, conclui Jéssica, que faz um apelo para quem puder, fazer doações de material para o projeto ‘Arteiros do CEU’.
João Coelho Marques é o arteiro mais novo do projeto. Com apenas nove anos, frequenta todas as aulas, acompanhado da mãe e da avó. Aprendeu a técnica de tricô com dedos e, como se fosse um monitor, foi ensinando a arte às mulheres. Atencioso e disciplinado, João frequenta ainda aulas de judô no CEU. Sua avó, Aparecida da Silva Coelho, 68, começou a frequentar as aulas há dois meses, após o falecimento de seu marido. “Minha filha me trouxe, porque aqui eu distraio a cabeça e faço amigos”.
As arteiras também fazem viagens para conhecer novas técnicas e tendências de artesanato. Em julho, participaram da Feira Mega Artesanal, em São Paulo; e em agosto, visitaram Porto Ferreira (SP).
“Trabalhamos com pessoal de baixa renda e pretendemos, com o artesanato, proporcionar a estas mulheres um espaço de convivência e também uma opção de complementar a renda da família, com a venda dos produtos”, conclui Ângela Maria Nogueira.
