Você está em:

Evento em Poços debate destino dos resíduos sólidos

O presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Gilson Queiroz, e o prefeito, Eloísio do Carmo Lourenço, participaram dos debates realizados durante todo o dia


Poços de Caldas sediou nesta sexta-feira,13, o seminário do Projeto Novo Ciclo. O evento, que debateu a destinação dos resíduos sólidos e o papel dos catadores de material reciclado, contou com a participação do presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Gilson Queiroz, do prefeito, Eloísio do Carmo Lourenço, do vice, Nizar El-Khatib, do presidente da Câmara Municipal, Paulo Tadeu, e do deputado federal, Geraldo Thadeu.
Para avaliar as estratégias de atuação das redes no âmbito da Política Nacional de Resíduos Sólidos, com prazo para serem implantadas até 2014 em todos os municípios brasileiros, estiveram na cidade, ainda, técnicos do Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (Insea), membros do Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclado (MNCR) e representantes da empresa Danone, apoiadora da iniciativa na cidade.
O prefeito Eloísio disse que o debate sobre resíduos sólidos possui duas linhas importantes, que devem ser observadas. A primeira, segundo o prefeito, é a ambiental, que impõe a melhoria das condições de meio ambiente e foca a qualidade do lixo produzido. A outra diz respeito à questão social da coleta seletiva, que serve como meio de sustento às famílias, e ajuda na organização dos trabalhadores.
Para Gilson Queiroz, o acerto da política do Governo Federal, que definiu de forma diferente a destinação do lixo, abandonando a ideia de que bastava apenas reservar um simples depósito para isso. O presidente da Funasa afirma, ainda, que o catador é fundamental para a qualidade do meio ambiente e, também, um grande colaborador do progresso, porque os materiais por eles recolhidos podem ser quase todos reaproveitados na atividade produtiva.
Técnicos do Insea, presentes ao encontro em Poços, informaram que dos resíduos sólidos despejados nos lixões, apenas 18% são rejeitos, tipo de material que não serve para ser reciclado. Ainda segundo o órgão, a reciclagem tem papel fundamental, sendo o melhor modelo para o Brasil, porque tudo o que é recolhido retorna à indústria, reduzindo os custos em até 50%. “A perda anual é de R$ 9 bilhões ao ano, por falta de um sistema de rede nacional de catadores”, calculam os técnicos.
Catador de lixo desde os 12 anos, Antonio Aparecido Almeida, é uma das lideranças da Ação Reciclar, entidade composta por 30 afiliados, que coleta até 100 toneladas/mês em Poços de Caldas. Ele, que também integra o MNCR, entidade nacional da categoria, diz que já passou por outras profissões, porém, se identifica com o trabalho atual, porque percebe um grande grau de solidariedade entre todos os participantes do grupo.
Dados do Insea mostram que no Brasil trabalham 800 mil catadores, que recebem em média menos de um salário mínimo por mês. Dos 5.600 municípios brasileiros, a maioria trata o lixo inadequadamente. Minas Gerais tem avançado quanto ao tratamento dos resíduos sólidos e já constituiu redes em todas as regiões. O que precisa, segundo os técnicos, é buscar soluções para aprimorar o sistema de reciclagem e remunerar melhor o trabalhador. Atualmente, o catador fica com apenas 10% do lucro obtido com a comercialização do material reciclado.
O evento transcorreu durante todo o dia e acompanharam as discussões secretários municipais, prefeitos da região, vereadores, profissionais e técnicos de setores ligados ao meio ambiente, dirigentes de autarquias municipais, estudantes, sindicalistas, trabalhadores de diversos setores e catadores de materiais reciclados.

Telefone

(35) 3697-5000

Endereço

Avenida Francisco Salles, 343, Poços de Caldas - 37701-013

Funcionamento

09:00 às 17:00h de seg. a sex.

ÓRGÃO RESPONSÁVEL

Secretaria Municipal de Comunicação Social